quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O Milagre de Santa Luzia



Há tempos não me emocionava assim com o cinema.
Semana passada tive a honra de prestigiar o belo longa metragem de Sérgio Roizenblit, "O Milagre de Santa Luzia".
Há alguns bons anos venho pesquisando a cultura popular brasileira e suas raizes, por isso o convite. Mas eu e a sanfona temos pouco tempo de namoro, precisamos nos conhecer para nos apaixonarmos e estamos cada vez mais próximas e eu entregue nesse amor.
Queria que todos tivessem a oportunidade de chorar como eu chorei ao ver Patativa do Assaré declamando um de seu lindos poemas, esse pra o Rei Luiz Gonzaga.
Cada mestre em reconhecimento de sua missão.
O resfolego danado do Forró de Arlindo, que reúne a nata do sanfonasso, um mais feliz que o outro em poder ver seu parceiro tocando.
A Fé em seus rumos e trilhas, antes de tudo a Fé.
Trilhas essas que levam romeiros e boieiros com seus lindos versos espantando os males do sertão. Ser tão valente! Isso tem que ser... "Eu agora vou falar/ e falo de coração/ esse sertão é sofrido/ uns acha outros não".
E quem sai do sertão, sempre quer voltar, ver sua origem renascer. Buscar vida nova no sul pra voltar à vida velha no sertão, mas com dignidade.
O fim-da-tarde é mais bonito no sul, quando vem um gaiteiro e começa a sanfonar. Acordeão todos que dormem e vem ouvir a firme melodia. Brasileiro Italiano, Riograndense Argentino, Pernanbucano Paulista e Paulista Oriental. O meu Brasil é muito rico e minhas palavras pobres para tanta beleza.
"O Milagre de Santa Luzia " mostra com delicadeza e seriedade a essência desse misterioso instrumento de fole e sua repercussão no Brasil.
Assintam e me digam se não é revigorante.

3 comentários:

  1. Ei, Flor! A foto do seu perfil está pequeninha, mas é você mesma? Tipo, Equipe, Sampa, Benetido? Se for: que maravilha te encontrar! Mas se não for! Adorei o seu texto e assim que der, assistirei ao filme e muito bem vinda!! :)

    ResponderExcluir
  2. Hum, vou procurar o filme. Há um tempo assisti um filme que retratava algo parecido, mas levava mais pro lado literário: Os narradores de Javé. Depois desse filme eu percebi o quanto as classes financeiras mais baixas (nem tão baixas assim) são ignoradas, mesmo tentando fazer alguma coisa.

    É, viva o Brasil.

    ResponderExcluir
  3. zé-povinho sim, o que mais seria esse bando de gente que vive o dia inteiro na internet fuçando a vida alheia em blogs, orkuts, twiter, e o carai a quatro?
    pesquisadores?
    nem por isso!
    beijos querida!

    ResponderExcluir

pessoas tem algo a dizer