quinta-feira, 24 de maio de 2012

teleguiado

tinha uma mosca em minha tela
e fizesse o que fizesse com o mouse,
ela não saía do lugar.

o poema das duas cervejas

chego no bar peço duas cervejas:
uma mata a sede
a outra mata a saudade.

O sorriso de Débora

A Mais formosa dentre as damas mouras. Graciosa, formosa e de largo e grosso sorriso.
Tão largo o sorriso de Débora que iluminava os campos de traz, os da frente e ainda sua morada sombria.
Diversas frutas provava todos os dias. Tinha um paladar aguçado e pena em fazer desfeita.
Era bondosa e doce como uma nêspera e acho que foi isso que, aos poucos, levou embora a alegria de Débora.
É. E lá se foi a moura ser feliz em campos celestes. E era tão generosa que foi, deixando perpétuo o seu sorriso.

sábado, 12 de maio de 2012

a gente não trocava ideia

quando eu tinha doze anos
eu gostava de um garoto.
todo dono do meu coração e me deixava no sufoco.
ele pediu pra ficar comigo, acho que no aniversário do Eridani. era tudo que eu queria, ma disse que não. me senti insegura. sei lá, achei que ele estivesse zuando.
mais tarde, bem mais tarde vim a saber que ele também me tinha em seu coração. agente não trocou ideia e não pôde se amar simultânea mente.
mais tarde, quase hoje, eu gostava de um cara.

a gente não trocava ideia.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

flor do cabelo

eu não sei disso
não sei daquilo
quase não sei nada de nós dois.
eu é que em tudo vejo sinais
e das vezes é coisa do berço seu.
que nem no dia em que me pediu flores importadas.
(isso porque tinha acabado de voltar dos longinquos campos dourados, aqueles das montanhas tortuosas, e mesmo eu tendo pedido, não me trouxe a flor do cabelo.)
eu disse que não 
por quê antes ele não lembrara de mim.
mas também não sou assim e logo disse que...
aí ele roubou o turno, me interrompeu:
-traga as flores e te dou o que trouxe.
chantagista!
é,as vezes eu acho que sim,
são muitos sinais, muitos estalos.
mas é tão diferente a rotação de nosso ventre
que me confunde e logo penso que não.

Senhora Santana

Nossa Senhora da Muxima, acalme esta unguentita.
Com devagar, na batida da ngoma, ela vem buscando kissemo.
Leve meu banzo à muxima do bem-querer, e tirai-me do cacimbo, uatobo!