terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Kalos kai Agathos

Coisa? Tudo é coisa!
As coisas não são só seres.
Sim, são estares.
Sim, são quereres.
São a não plenitude do sentimento,
o tempo e a falta dele,
e não se nomeiam no silêncio,
mas são coisas e se distinguem.

O realismo, pois a natureza
é parte essencial da criação.
A beleza é Luz,
tranquiliza  e é sinal de nobreza.
É origem e princípio divino das coisas.
As cores são coisas
e a Luz passa por elas,
precisa-se ver.
Projeção.
Usamos lentes, usamos óculos,
precisa-se ver!

São seres também.
E já não somos frutos
do pecado original.
Somos seres de Luz,
e nossa herança não é a culpa,
somos verdade.
As verdades se revelam e a graça é alcançada.
Somos seres de Luz.


segunda-feira, 24 de novembro de 2014

zero zero, vou ver quem eu quero

Eu sabia que te veria
quando li na placa do carro.
Ficaríamos juntos
e o anúncio veio da queda
da flor do robusto jasmim-manga.
Passaram-se três dias
e os grilos cantaram juntos:
-Haja esperança!

Macumba da seca

Vou ali chorar no ralo
pra ver se ele me bebe
como água de reuso.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Silêncio Surreal

Procurava por verdade
mas varreram tudo pra debaixo do tapete.
E é desse silêncio que eu falo,
Que mastiga e engole
todo o ar do ambiente.
O ecoar do canto do grilo,
na devastidão do imenso nada,
inverte a proporção
e dá espaço ao cantar da sabiá,
que não muda de assunto, pelo menos por aqui.

Me transformei em toda ouvidos
esperando alguma fala
Leve e Sincera.
Agora me vejo rimasta
a um coração derretido e cheio de futuro,
entendendo ainda se
se dá com reciprocidade
o respeito entre figo e o cravo.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

me mandou um telegrama
aproveitando o almoço da obra
três dias depois
já era tarde demais

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

no depósito da esperança
em um lugar do desconhecido
expectativa
pra quê tanta
tamanha dor que causa
depois
durante
e antes.
antes de que mesmo?
porquê quase nunca acontece
se tanta energia inócula
vem sendo dispendida de antemão

terça-feira, 7 de outubro de 2014

depósito de paixões perdidas

E qual é mesmo
a Paixão que se realiza?
E pra onde vão
as não realizadas?
E se existisse um deposito de Paixões perdidas
onde os desesperados fossem procurar
as suas, e sabe quando você acha,
no achados e perdidos,
algo que não era seu, mas lhe cai bem e está lá em desuso?
Imagine quantos
corações seriam salvos.

tatu

isso, esse meu jeitinho jeca
não passa de um impulso.
meu instinto me cuidando,
não me deixando perder
a última gota de precipitação.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

caminhando sobre calos

muitas vezes muito doem
poucas vezes pouco doem
nunca não doem se existem
as vezes se anulam por costume
provocando alívio não identificado
mas ainda assim alívio sentido

caramba, mi amor!

num dia de dor
onde as possibilidades encobrem os fatos
e a cobiça se aproveita do clima,
vou é chorar com musica bonita...

aprendi isso com a Luna
e sempre faço
nos dias mais tristes do meu mundo.

A falácia dos passarinhos

voem voem, passarinhos
para bem longe daqui
de manhã quando acordei
já estava o bem-te-vi

não o vi assim tão bem
foi por isso que caí
me contando coisa alheia
alto pé de pequi

na noite eu não dormi
e sabiá estava lá
desfazendo os meus sonhos
ao tentar me alertar

que o passarinho verde
já não dormia em seu ninho
que foi tirar seu atraso
dos tempos de menininho

passarinhas não olhavam
mas hoje em dia tão olhando
que deixou de ser patinho
e cisne ta virando

ah! os cisnes!
tão pomposos, tão requisitados.
Voem, Voem, belos cisnes,
para bem longe daqui!

(voem, voem, passarinhos, não me contem o mundo todo)

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

bonjour, jabotí.

Hoje eu não acordei pra te desejar bom dia,
decidi não acordar mais.
Acordada, me parece, que só sonhos reduzem
o sofrer do dia-a-dia, que faz tempo, não é bom.
É um dia-a-dia ansioso. Nada vivido na sua suma hora.
Um tempo que não passa. Uma dor que se alonga,
metamórfica dor Perpétua.

O tempo também não passa em sonhos,
mas fujo da minha obrigação com a existência.

Hoje eu não acordei pra te desejar bom dia.
Te desejar sempre um bom dia
faz com que eu me esqueça de mim.
Acabo me deixando em algum lugar, que como um jabotí*,
Só sei entrar e não consigo sair.

*Jabotí sabe ler,
não sabe escrever,
trepa no pau
e não sabe descer,
Lêle, lêle.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

você no meu pum

me envolvo
entre o gás e o gosto.
entra ar
e sái voando de mim,
estrondoso seu cheiro:
pum.

visto roupas alegres e saio
e a cada peidinho dado,
me lembro de você.

morrendo na praia

venha a onda que vier
me deixo levar
não estou pronta para me rebater no mar agora:
ele é forte demais e eu firme como um prego na areia.

A culpa é do PT


Quem diria e o quê seria dito de um velho e demodê batom vermelho sem tampa.

Traria mais vigor aos lábios gastos e pálidos das moças da rua lateral, Ou ficaria guardado ali naquela bolsa, juntando farelos de biscoito e tabaco esquecidos ou deixados no fundo forrado da borsetta foderata?
Juventude não segurou a peruca e quis sair beijando a rua toda. Homens, mulheres e deuses. As crianças dormiam. Dormiam como anjos cansados de segurar todo o caos, mantendo suspensos os Jardins da Babilônia.

Querem dar e comer ao mesmo tempo! Sim, todos querem dar. Todos querem comer.


Os jovens cansaram, querem se beijar uns aos outros concomitantemente. Não querem só amor, querem tesão também, e isso é culpa do PT, porquê o batom era vermelho, e todos sabem, o tal partido vem fazendo uma assídua lavagem cerebral, e implantando nas metrópoles além de ciclofaixas também batons de um vermelho parecido, e que andam causando um grande estrago na estrutura da Família Brasileira.


E a culpa não é do Zazá, que não segurou Pereira em casa. Unica e exclusivamente do PT, quem vem impregnando a cidade com seus inúmeros tons de vermelho.


quinta-feira, 18 de setembro de 2014

revoada

gavião pegou
menorzinho sabiá
nem do ninho tinha ido
gavião bicou no ar

quadra do sei esperar

ta tudo bem por aqui
mas sem referencial
já to anestesiada
quase tudo é normal

dentro disso o frio é chato
coisa que não quero em mim
aí, confusão é fato
mas não me mato no fim

ansiosa eu espero
a chuva tocar a flor
anulando o momento divino
de um ser que nem brotou

evidências

e o universo
 sempre evidenciando
as coisas de minha vida.

saindo sem chinela no bloco do sapato.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Saudade galinha!

muitas lembranças esquecidas;
empoleiradas na estante
ou ciscando pensamentos.

hoje choca ver
que vivemos à duras penas.


completamos um mês
de amores descompassados

o touro indo a galope
e o aquário pieno
de sentimentos e vícios


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

num péssimo
 momento
de mim.
exalando poesia

o papagaio e a tempestade

vejo tuas mãos
que não podem me tirar
da tempestade.

vejo teus dedos.
não se fecham
nem furam o ar.

te contemplo
a criar um papagaio,

vejo que no teu mar
a tempestade
é bem-vinda,

sinto o cheiro da chuva.
já estou na tempestade.

ouço o capitão,
que ordena o desvio.

são dois capitães:
- Siga a tempestade
e encontre o papagaio!

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

das migalhas que recebo

Paloma, ó, Colombina!
É somente o que consigo ter agora
Em plena Place du Tertre.
Não disputemos desfrutemos.
Duas partes,
A minha reservo.

Transformo com generosidade
em pão novo estas migalhas.


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A Revolta dos Alecrins Cheirosos

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Quinhão

não neguei o seu amor.
tinha o encontro
anotado em minhas mãos
mas suava frio
pensando no calor do nosso encontro.

criei coragem
(trouxe da certeza desse nosso amor),
estiquei meu braço esquerdo,
aquele dos sentimentos
femininos em seu eixo.

quando então busquei com os olhos as palmas
vi minhas certezas
tão solúveis ao destino
quanto tinta de caneta à água.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

então

Em tão pouco tempo
deixaria de sofrer.
Imaginação, diz o Taata, não é ação.
Deixaria de viver o futuro
impalpável em suas mãos.

Em tão pouco tempo
deixaria o passado ir adiante,
de um ponto de vista oposto,
posto na pista da volta
desprolongando o minuto do ser.

Passaria, então, a ouvir
seu próprio universo
não desconecto do todo,
pois apenas um somos,
Presente do universo
Dórum Sácrum
Kronus Sácrum

Ou sentiria que esse fora o recado
e cumprido em sua essência
do começo desconhecido
ao fim enigmático,

indivíduo grão de areia.

Mas continuaria aceitando
o céu de hoje aos olhos

ou daqui a nove ou dez anos
buscaria o para si?

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Bueno, que más puedo decir, mi carisma no es algo que yo halla buscado..
jo quiero te encuentrar
asi como el cielo
encuentra el mar

jo ti quiero para mim
como la bosta dela vaca encuentra el capim

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Tenho tanto pensamento que eu queria compartir hoje... Mas não sei, o povo anda julgando muito, e o pior, sem conhecimento. Aí vira agressão e ódio.
Mas cara, HIPOCRISIA,. Taí, me dói tanto. Pincipalmente entre grupos que convivem sempre. Aquele que não é hipócrita, que faz e assume, o que na verdade todos os outros fazem e fingem não fazer, aquele que o faz, é extremamente julgado e martirizado. Por quê cagas d'água não tentar mudar o combinado, já que todos (inclusive "graduados"na comunidade) fazem escondido as paradas "proibidas"?
Esse recado está bem endereçado e por favor, seus dissimulados, vistam as carapuças!
Com amor , EU

quarta-feira, 23 de julho de 2014

me achando

me perguntou o que acho
respondi que nada
que só consigo perder
de oportunidades a relíquias
de amores a brincos
só perco
não acho nada.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

aguacêro

Para Marcos Galvão

como sua,
bebo seu suor.
quando sobe ao céu
desce cá de meu olho esquerdo

disfarçado na pedra
qua absorve sem deixar marcas

pedra dura
perdura a moleza
escondida no intocável
mandacaru.

Solidão da meia idade

renascendo do útero
de grão vida meia
anunciando partida
e cacos meio ao caos
pronta para morrer

uma semente do pólen
e já posso morrer
sozinha
e renascer em outro canto de terra
mais tratada e abudaba
e com meu próprio carinho

graça de Ana para Flor

da despreocupação
da força
e do charme de Carol
junto

Nasci

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Trajeto ponto casa

Cu na mão
Coração na garganta
Celular na boceta

quarta-feira, 4 de junho de 2014

O cantar do sereiano

Cantava todos os dias
Diariamente firme e forte
Melodias bonitas
As vezes algumas letras
E mais intonação.
Sotaque.
Já ouvia há tempos
Mas negava a escutar
E como era bonito ver
O Sereiano a cantar
Aí daqueles que não têm olhos sãos.
E ,ói, que gostava ele
De gostarem-n'ouvir cantar
Tra Lalá, traz, Lulu ü ü
Alfa e Beto, tudo aquilo morto
Sereiano levava.
E de escamas grossas
E pernas concisas
Fechadas é isso .
E sem conhecer ... (O)
Hoje em mecânica, sereia
Nariz de deus ao vivo
Carmem César
Sociedade vista rihanna.
Hoje ainda canta sereiano
mas em outro mares
E se eu quiser ouvir cantar
Tempestades jangada no oceano.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Da série: As coisas que não consigo entender #1

Porquê as pessoas tem a necessidade de tornar público algo que o interessado já sabe?

Isso é carência, falta de auto-confiança ou falta de amor próprio?
Não consigo mesmo entender o que leva uma pessoa, estando ao lado da pessoa referida, explicitar ao mundo todo, se dirigindo ao referido, em redes sociais, sejam elas whatsapp, facebook ou qualquer outra rede, o que ela sente (não sei o quanto de verdade tem nisso).
Nesse gesto fica muito claro que o quê ela tem a dizer, seja um agradecimento ou uma louvação, não é para o referido, e sim para se auto-afirmar enquanto pensador, entendedor, (ou não, não entendeu nada, também não pensou, reproduziu...).
Então cabe a nós, a mim e a minha chata intolerância, demonstrar a minha injúria e dizer também que pouco me impota o que dizem apenas para amaciar seus pequenos egos.
e deixo um alerta, babaovisse mais te afasta do seu ídolo do que te une a ele.
Beijinho no ombro!

terça-feira, 6 de maio de 2014

ciúme

não sei
levaram todo o ar do ambiente
não lembro onde eu estava
quando isso aconteceu

não sei
espremeram o ambiente
só o que sinto
é meu coração apretado
me fazendo contradizer
querendo só meu o que já tive
querendo meu em vidas próprias



partida

Fico.
Pois não partiria
deixando inteiro
meu coração.

terça-feira, 22 de abril de 2014

A real idade do amor

É coisa linda de ver
De que olhos primopiano
Surgem as cores do amor.
Mas é preciso se entregar
Ter força pra assumir
Sem deixar que suma,
Pra encarar
Ou escancarar
Por que amor é isso.
Surge
De um sorriso tênue
Um sorriso de consolo
De um calção bem largado
Ou de uma semana inteira junto
De rédea solta
Riso frouxo e uma carta
Onde em branco estão
Todos os possíveis versos
Esperados pelo amado.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Devastidão

Ficar bem eu fico
O difícil é me cuidar.
Me cuidar me cuido
Mas deixo muito pra trás.
Para trás memória
Da memória se esvaiu.
Se esvaiu passado
Passado correu pro riu.
Todo rio no mar
E o mar devastidão.
De vastidão é tudo
Tudo nada quase é.
É quase ficar bem
Isso sem perder a fé.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Agora ele só curte o cu dele rosqueado.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Acerola

Primeiro lambo sua pele vermelha
depois a chupo até o caroço.
E digo des de já
um pesar não comer-te o ano inteiro.

L. USA

Em já não é a primeira vez
que invades minha terra e me seduzes
com artefatos brilhantes.
E que deixo se entregar meu coração
que até então desconhecia o amor.
E que fecundas meu solo fértil
com as mais inescrupulosas almas.
Ái, simplesmente partes
deixando devastada minha terra.
O canto da Cauã ecoa longe.
Distante tu ouves mas ainda não é hora,
só quando tens vontade de navegar.
Quando voltas me encontra
em minha rede já deitada,
nua e a sua espera.
Eis que nasce mais um
caboclinho
abandonado no Brasil.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

o amor é rotativo
e o coração infinitamente
elástico.
Se você me quis um dia
e agora não me quer mais
resolveu voltar pra trás

Vá com Deus

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Cupido, Vênus e Dionísio.

Tipo um defeito especial
Nascer com esse dom de amar
Como quem derrama o mar
Que derreteu do glacial
(feito espumas ao vento)
Algo que até normal
Nas mãos de um Deus imbecil
Quem faz todo um bacanal
Por egoísmo infantil
Esse é o desastre do Amor em mim
Porque ao invés Dele escolhi o amado
Assim do ápice me trouxe ao fim
Foi todo o leite derramado
Não sobrou nem um só pingo
Ades chama por mim.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Fujo do fingimento
para que cada vez mais,
e com mais delicadeza,
eu possa ser EU MESMA.