segunda-feira, 24 de novembro de 2014

zero zero, vou ver quem eu quero

Eu sabia que te veria
quando li na placa do carro.
Ficaríamos juntos
e o anúncio veio da queda
da flor do robusto jasmim-manga.
Passaram-se três dias
e os grilos cantaram juntos:
-Haja esperança!

Macumba da seca

Vou ali chorar no ralo
pra ver se ele me bebe
como água de reuso.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Silêncio Surreal

Procurava por verdade
mas varreram tudo pra debaixo do tapete.
E é desse silêncio que eu falo,
Que mastiga e engole
todo o ar do ambiente.
O ecoar do canto do grilo,
na devastidão do imenso nada,
inverte a proporção
e dá espaço ao cantar da sabiá,
que não muda de assunto, pelo menos por aqui.

Me transformei em toda ouvidos
esperando alguma fala
Leve e Sincera.
Agora me vejo rimasta
a um coração derretido e cheio de futuro,
entendendo ainda se
se dá com reciprocidade
o respeito entre figo e o cravo.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

me mandou um telegrama
aproveitando o almoço da obra
três dias depois
já era tarde demais