quarta-feira, 15 de junho de 2011

huida



















Um eclipse rolava em minha janela
e já quase partia, tão belo
e sem ao menos despedir-se.
Estava subindo, fugindo de minha vista cansada,
amargurada vista de poeira e solidão.
Vista cansada de ver, ouvido surdo por opção, fez bem ao não falar.
Foi quando eu chamei e ela ouviu,
nem sei porque ouviu, que minha voz já era tão falha,
exaurida de eternamente chamar
num vasto eco acústico estridente
da crina do cavalo à taquara rachada.

Num disse nada, nem eu disse, não dançou, não despiu-se,
mas me olhou. Olhou pra mim como se não visse o que todos teimavam em ver.



Me deu um banho de luz e anoiteci na noite que lua me propôs.