Hoje eu não acordei pra te desejar bom dia,
decidi não acordar mais.
Acordada, me parece, que só sonhos reduzem
o sofrer do dia-a-dia, que faz tempo, não é bom.
É um dia-a-dia ansioso. Nada vivido na sua suma hora.
Um tempo que não passa. Uma dor que se alonga,
metamórfica dor Perpétua.
O tempo também não passa em sonhos,
mas fujo da minha obrigação com a existência.
Hoje eu não acordei pra te desejar bom dia.
Te desejar sempre um bom dia
faz com que eu me esqueça de mim.
Acabo me deixando em algum lugar, que como um jabotí*,
Só sei entrar e não consigo sair.
*Jabotí sabe ler,
não sabe escrever,
trepa no pau
e não sabe descer,
Lêle, lêle.
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
terça-feira, 23 de setembro de 2014
você no meu pum
me envolvo
entre o gás e o gosto.
entra ar
e sái voando de mim,
estrondoso seu cheiro:
pum.
visto roupas alegres e saio
e a cada peidinho dado,
me lembro de você.
entre o gás e o gosto.
entra ar
e sái voando de mim,
estrondoso seu cheiro:
pum.
visto roupas alegres e saio
e a cada peidinho dado,
me lembro de você.
morrendo na praia
venha a onda que vier
me deixo levar
não estou pronta para me rebater no mar agora:
ele é forte demais e eu firme como um prego na areia.
me deixo levar
não estou pronta para me rebater no mar agora:
ele é forte demais e eu firme como um prego na areia.
A culpa é do PT
Quem diria e o quê seria dito de um velho e demodê batom vermelho sem tampa.
Traria mais vigor aos lábios gastos e pálidos das moças da rua lateral, Ou ficaria guardado ali naquela bolsa, juntando farelos de biscoito e tabaco esquecidos ou deixados no fundo forrado da borsetta foderata?
Juventude não segurou a peruca e quis sair beijando a rua toda. Homens, mulheres e deuses. As crianças dormiam. Dormiam como anjos cansados de segurar todo o caos, mantendo suspensos os Jardins da Babilônia.
Querem dar e comer ao mesmo tempo! Sim, todos querem dar. Todos querem comer.
Os jovens cansaram, querem se beijar uns aos outros concomitantemente. Não querem só amor, querem tesão também, e isso é culpa do PT, porquê o batom era vermelho, e todos sabem, o tal partido vem fazendo uma assídua lavagem cerebral, e implantando nas metrópoles além de ciclofaixas também batons de um vermelho parecido, e que andam causando um grande estrago na estrutura da Família Brasileira.
E a culpa não é do Zazá, que não segurou Pereira em casa. Unica e exclusivamente do PT, quem vem impregnando a cidade com seus inúmeros tons de vermelho.
quinta-feira, 18 de setembro de 2014
quadra do sei esperar
ta tudo bem por aqui
mas sem referencial
já to anestesiada
quase tudo é normal
dentro disso o frio é chato
coisa que não quero em mim
aí, confusão é fato
mas não me mato no fim
ansiosa eu espero
a chuva tocar a flor
anulando o momento divino
de um ser que nem brotou
mas sem referencial
já to anestesiada
quase tudo é normal
dentro disso o frio é chato
coisa que não quero em mim
aí, confusão é fato
mas não me mato no fim
ansiosa eu espero
a chuva tocar a flor
anulando o momento divino
de um ser que nem brotou
evidências
e o universo
sempre evidenciando
as coisas de minha vida.
saindo sem chinela no bloco do sapato.
sempre evidenciando
as coisas de minha vida.
saindo sem chinela no bloco do sapato.
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Saudade galinha!
muitas lembranças esquecidas;
empoleiradas na estante
ou ciscando pensamentos.
hoje choca ver
que vivemos à duras penas.
empoleiradas na estante
ou ciscando pensamentos.
hoje choca ver
que vivemos à duras penas.
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
o papagaio e a tempestade
vejo tuas mãos
que não podem me tirar
da tempestade.
vejo teus dedos.
não se fecham
nem furam o ar.
te contemplo
a criar um papagaio,
vejo que no teu mar
a tempestade
é bem-vinda,
sinto o cheiro da chuva.
já estou na tempestade.
ouço o capitão,
que ordena o desvio.
são dois capitães:
- Siga a tempestade
e encontre o papagaio!
que não podem me tirar
da tempestade.
vejo teus dedos.
não se fecham
nem furam o ar.
te contemplo
a criar um papagaio,
vejo que no teu mar
a tempestade
é bem-vinda,
sinto o cheiro da chuva.
já estou na tempestade.
ouço o capitão,
que ordena o desvio.
são dois capitães:
- Siga a tempestade
e encontre o papagaio!
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