...quando o último suspiro mistura-se ao primeiro trago.

zum zum zum

cheque o chacoalho do chão
cheque o broche multicolor
é mangangá ganhando vida

que traquinagem de zebra
que pula a relva
num salto a selva

é esse tempo parado
que mexe folha
que quando cai é nostalgia.

entre as áspas,
depois de um chá,
dormimos.

se essa pedra ainda for pedra
podes voltar pé

aypó peró

que deixasses

lá tuas penas

seus arcos e flechas
que deixasses mais que um coração
também a sua rede
bem armada e ninguém mais tirava

mas quisestes dar a fuga
linda cabocla
que medo de mim tinhas?
SINCERO caramuru

levastes teus lábios de sapoti
me deixando o sabor da amargura
sem conhecer seu mundo real

se voltares viro índio

Punknejosambemo

Não
Você não nasceu pra mim
Não
Seu amor não era eu
Não
Eu tenho outra pessoa

Você não é meu mel
Nem o meu chuchu
Você não é meu amorzinho
Muito menos meu doce de caju

Eu não te levo ao céu
Levei mais já voltamos
Em outro momento estamos
Agora eu me curei

Vai ter que viver sem o meu amor.

Búzios

Olha que loucura
que esses dias reparei
Cabo Frio tem mais búzios
Que em Búzios, constatei

O que mais me espantou
Não foi isso nem a vista
Ele disse que me ama
E num tinha dado pista

Mas tudo que é bom
Ou num vinga ou pouco dura

O mar é mais frio e Búzios
Que o mar de Cabo Frio
E o amor se foi pro mar
Desaguando como um rio.

o mal me quer

secar roupas no varal
de modo que o sol a pino
em seu auge como um sino
leve embora todo mal
das roupas do meu quintal

o inverno foi embora
foi só e não me levou
mas quando o vento soprou
reviveu a flor da aurora
que era quase já senhora

o corpo daquela flor
pétalas endomentavam
mas as meninas brincavam
não sentia mais calor
bem-me-quer do seu amor

de endomento machucado
machucado solidão
ficou só seu coração
um serzinho mal-tratado
que no fim quis ser levado

ficou só seu coração.

mas quando um cara curte a gente num momento de carência, desabrocha uma flor que nem botão era

eu só... sei lá, quero passar meu tempo até esquecer o favo do mel (vespa!) , e pode ser com literalmente qualquer um

maison

São Pedro abre-me as portas
demais estão fechadas
não vejo o que há
por dentro das fachadas

Nem mesmo Baudelaire
me trouxe precisão
pra entender comé
a razão do coração

Não vejo claridade
nem vejo o céu se abrir
São Pedro abre-me as portas
daqui quero sair

há tempos

tomaram minha vida
não me deixam expressar
o que qué que queira
da cachaça, da vida, do lar
do amor que despertei
que neguei e agora assumo
não me deixam
querem queu avalie

não sei se quero avaliar
até se estou apta pra isso
mas quem dirá e saberá?
esse num dirá nada
vai me deixar viver
mas sem me rediá
e fico assim
num como
num escrevo
num canto
apenas avalio

não considero válido
mas me adequo sem questionar

num sei, acho que to mei assim denovo
meiga
meiga linha
mei com frio e digo mais
se esse frio não tivesse r estaria bem melhor

Delito

Não gosto de molhar meus pés
Na grama de uma noite fria
Amores de verão
Sempre passam, sempre vão
Mas nunca em vão

Pequei porque amei
Meu coração não podia amar assim
Fui mais longe no delito
E roubei o dele pra mim
Mas teve um fim

Em algum momento deste sol
Cai a chuva em forma de tempestade
Molhou e foi como meu amor
Dentro de mim só de passagem
Uma linda viagem