terça-feira, 24 de julho de 2012

3

cada cajueiro foi plantado ao seu modo
cada cajueiro foi plantado ao seu tempo
as flores eram parecidas mas não se fizeram iguais
e os frutos que nasceram eram todos cajus

povo de aruanda

ando eu e meus mortos, o povo de Aruanda.
ficus, galhos entranhados, mulemba:
desvio na noite. não escuto conversa alheia e pra essa reunião
ainda não fui chamada.

dia do lobolo

tua moça é forte
e meu boi é turino.
meu amor também é kikalanga
meu amor é nganga
pois nasce e vive na pureza
musalo musalo
e a poeira vái
meu amor é sarabanga e munanga

samgom do meu espírito!

sexta-feira, 13 de julho de 2012

reflexo 3


encontrei dia desses assustador espelho meu.
desses que bem inventa sanação pra toda e qualquer dúvida e me apresenta a canção da minha infância.
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o filho de jacob

com covardia e truculência
descobri que dormia na rede errada.
um ciclo do infinito com muito amor e pouca dedicação,
muita beleza sem nenhuma confiança.

um filho, um sonho e muitas suspensões.

esquecer não é bom
bom mesmo é fingir que tudo não passou de um mal entendido
rancores vão embora e as mágoas passam.
que as distâncias se encurtem e que venham os sete anos de fartura.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Leleô meu santo!

Muitos ares que furei até chegar aqui.
Passei muitas boiadas
e vi São João sorrindo. Satisfeito.
Vi Santo Antônio caçoando de minha insistência.
Riu que só mas logo se afogou.
Muitas portas São Pedro abriu e tantas outras ele fechou.
Tá fechado, tá pronto pra abrir.
Com São Marçal me redimi. Me ajoelhei aos pés da santa cruz. Pedimos perdão.
E quando cheguei não pude descansar.
Ainda vou pra Bom-que-dói, cantar pra são Benedito, que é meu santo padroeiro.
Libertar povo sofrido que é devoto verdadeiro.