segunda-feira, 28 de setembro de 2009

1 (hum) amor

unica e exclusivamente amor
mas sem atravancar, pegue a senha e aguarde sua vez.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Canção de Exílio


Me sinto expulsa
por outro eu
eu que não é o que pulsa
não lateja
não peleja
só goteja esgoto
sob céu aberto
trancada
agora longe outrora perto
outrora dentro

Agora jazz minha terra
que me sentia ser e era
ainda soul
alma triste em ser o que é
e não o que quer

Não quero carro
quero perna
não quero vias quero terra
quero de volta o céu
quero azul
e quando Pedro chora, só assim o cinza

Fugiu estrela, joaninha
arára e tamanduá
por cá
vive ainda a preguiça
em sua outra forma cobiça

Tais verrugas iluminadas
com a cintilante luz
que fez exílio em ribeirões distantes
onde antes vivia Iara
pronde antes eu viajara
e mais antes o Potiguara
fazia vida ao invés da morte

tive a sorte
meu chão tinha palmeiras,
que cantavam sabiás.
Na pátria em que agora vivo
quem canta é a sirene
nem Irene nem Irecema
e donde se espia? é difícil...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

homme en colère

Antes que comecem a me perguntar, aliás, já começaram; eu ótima, são apenas expressões artísticas. Lá vai...


HOMME EN COLÈRE


Meu nariz não pára de crescer, e eu estou adorando. Assim é mais fácil observa-lo.
Não paro de pensar em mentiras.
Sou feito de maldade, maldade essa que move minhas mais profundas vontades.
Sou mesquinho!
Penso só em mim e em quem amo, isso quando amo. Se bem que eu não sei se sei o que é amor, é querer bem? Mas o que é o bem no meio de estranhas intenções.
Perdi o sentido da vida agora que descobri tamanho descaso com o sentimento alheio. Tanto desrespeito com quem sempre fingiu me respeitar, devo fingir também?
Anuncio aos meus amigos que não dou a mínima. Claro, continuarei enchendo meu nariz de pó e vocês continuaram me fornecendo. E continuarei fornecendo a vocês sempre que me sentir carente de companhia.
A vocês, mulheres, continuarei doando meu sêmem para suas iludidas bocetas emborrachadas, mas não se apaixonem por mim que não amarei-as. Não amarei!
Desde quando voltei do inferno que venho percebendo que nada disso vale a pena.
Estudar e me prostituir, vender minhas ideias para hipócritas lucrarem. Compro ideias de idiotas e lucro com elas.
Plantar, e dividir oxigênio? Não mais, não que eu algum dia tenha feito isso, mas já pensei seriamente em colaborar. Sem colaborações, agora foda-se, não me ajudaram. Farei com o mundo como fez comigo, praguejarei até o fim! FODA-SE!!
Brincar, brincar? De que? Polícia e ladrão. A graça já se foi, o mundo é uma merda, concordem, e eu sou a maior delas. Assumidamente, sem hipocrisia.
Vendo drogas para menores, para maiores, para pobres, deficientes e padres. Dou drogas para menores.
Sou quase um homem morto, porém satisfeito com tamanha honestidade!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O Milagre de Santa Luzia



Há tempos não me emocionava assim com o cinema.
Semana passada tive a honra de prestigiar o belo longa metragem de Sérgio Roizenblit, "O Milagre de Santa Luzia".
Há alguns bons anos venho pesquisando a cultura popular brasileira e suas raizes, por isso o convite. Mas eu e a sanfona temos pouco tempo de namoro, precisamos nos conhecer para nos apaixonarmos e estamos cada vez mais próximas e eu entregue nesse amor.
Queria que todos tivessem a oportunidade de chorar como eu chorei ao ver Patativa do Assaré declamando um de seu lindos poemas, esse pra o Rei Luiz Gonzaga.
Cada mestre em reconhecimento de sua missão.
O resfolego danado do Forró de Arlindo, que reúne a nata do sanfonasso, um mais feliz que o outro em poder ver seu parceiro tocando.
A Fé em seus rumos e trilhas, antes de tudo a Fé.
Trilhas essas que levam romeiros e boieiros com seus lindos versos espantando os males do sertão. Ser tão valente! Isso tem que ser... "Eu agora vou falar/ e falo de coração/ esse sertão é sofrido/ uns acha outros não".
E quem sai do sertão, sempre quer voltar, ver sua origem renascer. Buscar vida nova no sul pra voltar à vida velha no sertão, mas com dignidade.
O fim-da-tarde é mais bonito no sul, quando vem um gaiteiro e começa a sanfonar. Acordeão todos que dormem e vem ouvir a firme melodia. Brasileiro Italiano, Riograndense Argentino, Pernanbucano Paulista e Paulista Oriental. O meu Brasil é muito rico e minhas palavras pobres para tanta beleza.
"O Milagre de Santa Luzia " mostra com delicadeza e seriedade a essência desse misterioso instrumento de fole e sua repercussão no Brasil.
Assintam e me digam se não é revigorante.